Desventuras em série, 6
Editora: Cia. das Letras
(Hoje pela Seguinte)
Publicado em 2003
Nº de páginas: 232
"Ersatz é uma palavra que descreve uma situação em que uma coisa está fingindo que é outra, (...)" - p.116
Os órfãos Baudelaire já passaram por muito! Iniciaram sua jornada desventurada em Mau começo, quando ficaram órfãos e conheceram o seu primeiro tutor: o conde Olaf. Então, em A sala dos répteis, "perderam" o Monty, seu segundo tutor... passaram um tempo no O lago das sanguessugas, onde lidaram com as peculiaridades da tia Josephine; trabalharam (ilegalmente) na Serraria Baixo-Astral para quem deveria ser seu tutor; conheceram o Inferno no colégio interno... mas ali fizeram amizade com os trigêmeos Quagmire - na verdade, conheceram apenas dois deles, o Duncan e a Isadora, haja vista que o terceiro, Quigley, morreu junto aos pais deles em um incêndio. Exato: são órfãos, assim como Violet, Klaus e Sunny.
Ainda não consigo compreender como um adulto obtuso (o que aqui é usado no sentido figurado, que significa de inteligência limitada; estúpido) como o sr. Poe pode estar a frente do destino de três crianças e, ainda, ser promovido - como informa logo de início - a um cargo importante como Vice-Presidente Encarregado dos Assuntos de Órfãos. Ele trabalhar na gerência já era demais - na minha humilde opinião!... Ele apenas tosse, não dá ouvidos às crianças Baudelaire, é cego para o óbvio sob seus olhos e por aí vai!!!
Está perdid@? A cada volume é explicado o básico: os três irmãos perderam os pais em um incêndio que destruiu sua casa, a Violet é voltada para invenções, o Klaus é um "devorador de livros" e a Sunny apesar de falar a língua própria dos bebês é compreendida pelos irmãos e seus poucos dentes são muito fortes. E admito que neste volume fiquei boquiaberta com perícia desta última apresentada pelo narrador - apesar de saber ser série infantojuvenil, ficção e tal. Escalar como foi descrito, fincando um dente e tirando outro... UAU! Rs.
O narrador é uma figura! O suporto "autor". Não, Lemony Snicket é ficcional, heterônimo do autor e cineasta americano Daniel Handler.
HETERÔNIMO
Retomando... O sr. Poe leva as crianças para o local onde residirão, situado na Avenida Sombria, 667. Seus novos tutores são o sr. e a sra. Squalor, moradores da cobertura (71 quartos!). O "pastelão" do Poe sequer os entrega pessoalmente! Ao chegarem no edifício e o porteiro informar que o elevador está "out", portanto sem funcionar, e que teriam que subir pelas escadas, o Poe os deixa na recepção, dizendo que tem horário para pegar o helicóptero que o levaria ao local onde acreditam que os trigêmeos Quagmire estão! Obviamente que as crianças, querendo que amigos sejam salvos, resgatados das mãos do vilão Olaf, por mais que estejam ansiosos, aceitam subir sozinhos os 48-que-podem-ser-84 andares.
Jerome Squalor parece amigável, não gosta de "discutir"; já a sua esposa, Esmé, demonstra ser totalmente fútil, mais interessada no que está "in" ou "out" ("na moda") que no "conteúdo" das coisas. Para ter uma ideia: iniciam servindo martinis aquosos (sem álcool, água e azeitona dentro, com palito) e adiante trocam para refrigerante de salsa! Eca! Rs. No decorrer da narrativa pontos interessantes serão expostos - o que não revelarei aqui, obviamente. Peço que se imagine subindo e descendo essa escadaria absurda porque elevadores estão out! OMG! Para baixo, o Jerome admite para as crianças, ele escorrega pelo corrimão mas... e para cima?!? (Adiante Klaus conta quantos andares são na verdade.)
Como o nome sugere - desventuras - e ocorreu nos demais livros (o que não surpreende @ leitor@ nem os Baudelaire), o Olaf surge disfarçado. Ele sempre os encontra e tenta colocar as mãos neles! Lembremos, ainda, que ele tem os trigêmeos em mãos, devido a "fortuna na forma das famosas safiras Quagmire, que eram gemas muito raras e valiosas" que herdarão! O Olaf cobiça mais, sempre! E o que não nos surpreende? Lerdeza dos adultos propicia a fuga do meliante e comparsas! Claro! Há outros volumes ainda e mistérios a descobrir! C.S.C.? Incêndios? E o que mais despontar.
Não queria estar no lugar delas. Seja pela perseguição do Olaf, seja por quicarem de tutoria em tutoria, seja por mal conquistarem amigos os perder... Como o Snicket sempre pontua: queria que eventos desenrolassem de outra forma, mas seria uma ersatz e não o que realmente ocorreu com os jovens: desde o início foi explicitado que eram desventuras, que talvez fosse melhor ler algo mais alegre, um outro livro... rsrsrs. (Figura!)
O que nos resta é seguir em frente para o próximo volume! ;-D
Um abraço,
Carolina.
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