Guia de Mecânica Celeste para damas

Autora: Olivia Waite
Editora: Harlequin
Publicado em 2021
N° de páginas: 300 
(E-book) 

"Assistir ao casamento de sua ex-amante não é uma experiência agradável, e Lucy Muchelney deseja estar em qualquer outro lugar do que na cidadezinha de Lyne. Quando recebe uma carta da condessa de Moth buscando um tradutor para um trabalho* francês sobre astronomia, ela sabe aonde deve ir. Mas, ao aparecer na porta da casa da condessa, em Londres, esperava encontrar um desafio, não uma artista incompreendida capaz de tirar seu fôlego.

Catherine St. Day está ansiosa para desfrutar de uma vida pacata como viúva assim que concluir o legado científico de seu marido. Sua intenção era encontrar um tradutor e lhe passar a responsabilidade do projeto, mas ela fica intrigada pela jovem que bate à sua porta, buscando* uma chance, e deixa Lucy ficar. (...)"
 Novembro de época e... lendo! Rs. Surpreendi-me. 

Mulheres sempre foram desencorajadas por homens que diziam que "não era da sua compleição" refletir, pesquisar... Algo que gosto nos romances de época é que sempre alguma busca mostrar seu trabalho, mesmo naquela sociedade em que a mulher não tinha voz, era um acessório, um objeto (argh!), sem direitos, apenas deveres para com a casa e o marido - procriar e levar adiante o nome deste.

Lucy é astrônoma. Fazia os cálculos matemáticos para os trabalhos do pai há tempos, embora nunca tenha escrito seu nome como co-autora. Com o falecimento deste, o irmão não crê que deva continuar - quem vai querer uma mulher em tal trabalho?! E diz que venderá o telescópio. O irmão? Um artista. Eram mais próximos antes dele ir para o colégio e fazer amizades... A carta da condessa pedindo sugestão de tradutor para Oléron coincide com o casamento da amante, e Lucy é capaz, tem o conhecimento da área, da língua, cálculos... Parte.

Catherine sofreu bastante enquanto casada. Homens da época passavam a possuir os bens que um dia ficaram "sob a frágil gestão das mulheres" quando casavam com elas! Mas ela é uma condessa e a mãe conseguiu amarrar bem a herança no testamento: mesmo casando, seria ela quem administraria seus bens! A frustração do falecido George ao se dar conta disso fez com que parasse de fingir qualquer gesto de carinho para com a esposa e descontasse nela suas iras! Catherine planejava e financiava suas viagens - e acompanhava, por mais que não "tomasse parte": era apenas uma observadora.

Choque inicial torna-se luta quando riem da possibilidade de execução de trabalho da Lucy por ser mulher na reunião da Sociedade Refinada de Ciências. Um ultraje! A condessa retira a metade do financiamento ao qual se propunha para a tradução e resolve custear por completo o trabalho da Lucy. 

Traumas necessitam ser superados na convivência... afinal, ela morou com um cientista e ele era bem hostil - diferente da Lucy - quando frustrado. Laço é formado entre elas, amizade e, sim, atração. A tia Kelmarsh (de consideração) teve na mãe da condessa o seu grande amor! Então, enquanto lutas externas se desenvolvem, sentimentos também. 

Amei a leitura! Principalmente o desfecho com a visita de Oléron - que não contarei, obviamente saberá ao ler! Rsrsrs. Um baita "tapa com luva de pelica"! Muito!!... Leia e saberá! 😉

Indico.


Um abraço, 
Carolina.

3 comentários

  1. Olá Carol,
    Eu amo romances de ápoca e adoro esse toque de empoderamento que normalmente cerca suas histórias. Apesar de ler muito o gênero nunca li nenhum perto deste tema e adorei essa inovação.
    Não conhecia o livro ainda mas com certeza a dica está anotada!

    Beijo!
    www.amorpelaspaginas.com

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    1. Oi!
      Pois! Fomos tão castradas que ler sobre mocinhas que aspiravam é... motivador! Rs.

      E foi uma novidade para mim pelo romance entre a artista e a cientista. Já tinha lido um publicado pela Verus com dois melhores amigos homens.

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