Todo dia

Autor: David Levithan
Editora: Record
Publicado em 2013
N° de páginas: 260

(Amei tanto! Você é você!)

Inconstância.
Uma vida sem planos. A cada dia, uma nova vida. Nova realidade, "acessando", quando necessário, o que precisa para apenas aquele dia. Tentando não mudar demais, não deixar estragos. Aprendendo muito, tendo o mundo, mas, no fundo, solitário.
"Sou as pessoas nos outros carros, cada uma com sua história; mas passando depressa demais para serem percebidas ou compreendidas." - p.159
Desde sempre foi assim...

Sempre um corpo de certa forma próximo (localidade), sempre da sua idade. Nunca sabendo o gênero, ou classe, ou credo, ou raça... Por vezes inventando doença e ficando em casa, outras vezes encarando colégios diferentes, colegas, amigos, professores diversos - mas nunca estabelecendo laços. Apenas um dia. Todo dia.

Acostuma-se.

De solitário, passa à rotina. Até o dia 5.994: acorda em Justin. Bagunceiro, barulhento, desagradável... Prenúncio de um péssimo dia onde o corpo não conseguiu descansar.

No colégio, quando ele vai pegar o material, há alguém parado próximo ao seu armário, ao armário dele, do Justin. 
"... a garota parada ali é transparente nas suas emoções: tímida e ansiosa, nervosa e apaixonada. Não preciso acessar o Justin para saber que é a namorada dele." - p.9
Este dia, o 5.994, muda tudo. O dia em que A. sente verdadeiramente se importar, o dia que não quer que acabe, o dia em que foge do colégio após o almoço com uma garota, a sua namorada (a do Justin), para uma tarde, onde quer que ela queira ir! E ela quer ir à praia. Eles brincam, conversam, riem, beijam. Um dia perfeito - até vir o próximo. 

Outras vidas... por um dia. Saudade. Mudança.
"Eu não deveria ter ido até ali. Não deveria ter tentado isso. Deveria só ir embora.Mas não posso. Estou com ela. Tento fingir que é isso que importa." - p.53
A. passa a querer ver, estar com a Rhiannon, independente de qual a vida que pegará por um dia. E em um arrombo de coragem...

(Você contaria? A pessoa acreditaria?...)

"É isso que o amor faz: que você queira reescrever o mundo. Que você queira escolher os personagens, construir o cenário, dirigir o roteiro. A pessoa que você ama senta de frente para você e você quer fazer tudo que estiver ao alcance para tornar isso possível, infinitamente possível." - p.151
Esta é uma leitura apaixonante mas, acima de tudo, sensível. Uma vida inimaginável, sem porto... Haveriam outros como A.? Seria possível controlar? O que estaria em jogo?... O que seria melhor não apenas para si, mas para o outro?!?... 

Se ainda não leu, leia! Houve adaptação para o cinema e eu fui assistir. Apesar de mudanças que sempre ocorrem devido às adaptações (sempre há...) das páginas para a telona, foi um belo filme, sensível, cativante... Leia também o livro Outro dia, a história contada pela Rhiannon! 


Um abraço,
Carolina.


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