Autor: Gaston Leroux
Adaptadora e tradutora: Margarida
de Aguiar Patriota
Le fantôme de l’Opéra
Editora: FTD
Publicado em 2007
N° de páginas: 240
"Um homem deformado se esconde nos subterrâneos de um teatro. e se apaixona por uma jovem cantora lírica Histórias de fantasmas e assassinatos cercam o personagem de mistério e completam o clima deste clássico da literatura."
Nossa!
E saber que o F.da Ó. (Fantasma da Ópera):
"Existiu em carne e osso, embora adotasse a aparência de verdadeiro fantasma, isto é, de uma sombra.” – p.7
Este livro, adaptado, foi enviado
pelo MEC1 com selos FNDE2/PNBE3 2011, para 6º ao
9º anos do Ensino Fundamental. Poucos são os alunos que o escolhem, a capa é
simples, embora com algum charme, não há “brilhos/cores”. Uma aluna disse ter
achado o início parado... mas é a apresentação, introdução, e são importantes! Para mim, que gosto do filme
com o Gerard Butler, foi incrível ter a
história em outro formato. Sei que já assisti o anterior, com a Sarah Brightman,
mas era nova demais para lembrar detalhes.
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Watch out, spoilers!
Inspirando assombro, terror... e
compaixão, simpatia. Sentimentos opostos que inundam corações e provocam reflexões.
Apesar de, por vezes, mórbido, não se pode negar a genialidade do Fantasma da
Ópera. Monstruoso com tantos, com câmara de tortura, calabouço... e gentil com poucos:
a sra. Giry, não apenas com gorjetas mas agrados, bombons, coisas que demonstram
alguma atenção – por mais que ela faça “favores” para ele, se fosse mera questão
de pagamento, daria apenas o dinheiro; a Cristine Daaé, por mais que profira
atos como amarrá-la... basta que ela peça, diga que a machuca ou... ele cede.

“...Cedo fugiu da casa paterna onde sua feiura era objeto de horror para os próprios pais. Atravessou a Europa, exibindo-se em feiras como “morto-vivo”...” – p.229.
Um artista completo, inteligente,
criativo... O “Anjo da Música” enviado pelo pai da Daaé, seu professor; mágico, ventríloquo, cantor, malabarista, construtor, inventor, empreiteiro, compositor...
“Precisou esconder seu gênio ou usá-lo para pregar peças, quando com um rosto comum teria sido dos mais nobres da espécie humana.” – p.230
Tomado pela amargura de não poder
viver livremente do lado de fora, construiu seu império nos subsolos do Teatro
da Ópera que ajudou a edificar. Todo um mundo subterrâneo, complexo e extenso, que
quis deixar de lado por amor, voltar a vida. Desenvolveu uma nova máscara, que
melhor servia ao propósito do convívio com os “humanos”. A descrição dos olhos
é aterrorizante! No filme, claro, para humanizá-lo mais, proporcionaram
detalhes que não visualizei nesta adaptação, mas uma obra não ofusca a outra. São
textos diferentes.
Srta.Daaé foi levada a acreditar que ele era o Anjo da Música, enviado por seu pai, músico violinista de fama (considerado o melhor da Escandinávia) que a criou sozinho após a morte da mãe (quando a pequena tinha seis anos de idade). Seu pai certa vez disse:
“...Quando eu estiver no Céu, prometo enviá-lo a você.” – p.54
E ele contava histórias de como
tal anjo ao aparecer para alguém dotava a pessoa musicalmente. Cristine passou
a cantar com alma após as aulas com o seu Anjo, o Erik. Quando ele canta, pode
vir a hipnotizar...
Um “monstro”... Mas quem não quer
ser amado?... Ser repelido por sua aparência, independente de dons que possa
vir a ter. Não justifica grande parte dos seus atos, terríveis, claro! Não tento
obter a sua absolvição ou atrair simpatia para com o F. da Ó. Mas há o que não
se pode negar: no fundo, todos buscam amor, conforto, companhia... Aceitação.
Não precisa ser aberta, abrangente, mas, ao menos, da/s pessoa/s que importa/m.
Não há dúvida do sentimento que nutre pela doce cantora, apaixonada pelo amigo
de infância Raoul – Raul (que quando a conheceu mergulhou na água por sua
echarpe). Erik, vendo que ela o aceitou, e o quanto ela ama o visconde de
Chagny, a liberta, morrendo pouco depois, de amor.
A apresentação da Margarida
Patriota foi... acurada.
“Sua prosa reúne múltiplos gêneros: comédia, tragédia, drama, reconstituição histórica, idílio amoroso, intriga policial, sátira, aventura, suspense, terror.” – p.3
Um prazer tal leitura!
Um abraço,
Carolina.
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1 Ministério da Educação e da
Cultura
2 Fundo Nacional de Desenvolvimento
da Educação
3 Programa Nacional Biblioteca da
Escola
Versão de 1986 com Crawford & Brightman
Versão com Banderas & Brightman
uau!! deve ser muito bom, eu não li ainda ,só vi o filme.
ResponderExcluirbjs
http://escreverdayse.blogspot.com.br/
Quando puder ler, é bem interessante. E a linguagem, claro, diferente. (Estranhei de início, acostumada com as músicas..! rs)
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