Amores Aventureiros
Editora: Qualis
Publicado em 2022
Nº de páginas: 182
Que bela estória!
Ok, ok, você pode dizer que é um romance de época como os demais, onde a mocinha não aceita ser subjugada e apenas aceitar o que arranjam para ela, não ter direito a herança por ser mulher - o que realmente ocorreu durante séculos!... Daí todos os lordes quererem "filhos homens" e não filhas. Como todo R.É., o amor dela é alguém malvisto pela sociedade - embora, aqui, ele não seja um devasso mulherengo. Detalhes. Descrição de olhares... Escolhas.
Alice é a mais nova de três filhas. A diferença de idade é considerável, já que os pais resolveram tentar uma última vez após tempo já que não era considerado uma boa escolha para a saúde da sua mãe. Uma última tentativa de manter o título de visconde na família e veio a Alice, que cresceu entre livros, anseios de conhecimento e viagem pelo mundo que, claro, não seria possível por ela "não ser dona do próprio nariz", ser mulher.
Alice é simples, não concorda com muitos dos ditames, mas os segue na medida do possível para dar orgulho e não envergonhar os pais. Com as duas irmãs já casadas, chega ao seu ano de debut e o primo que herdará bens e títulos do pai quando este vier a falecer aparece, vindo da Índia. Idealmente, pais pensam que casamento entre eles seria o melhor, daí ela seria viscondessa e seu filho herdaria um dia o título mas...
Há o Tim. Ele conheceu nossa menina ao retornar de viagem ao Novo Mundo, onde visitou a irmã e sua família, aproveitando ida a negócios. Lembram que disse que não era um devasso mulherengo? Pois, como ele "desafia a sociedade", é malvisto?!? Ele tem um título - e trabalha! Não gere suas terras, mas trabalha mesmo, constrói navios, passa meses no mar! Seria o sonho de consumo da Alice? (Foi o que pensei logo de início!! Rsrs)
Tim encontra Alice passeando com Brutus e Nero, seus cães, e ela não consegue segurar eles direito quando avistam animais correndo. Tim vai em seu auxílio, pontuando que eles são demais para ela, por seus portes. Resumindo, ela percebe que ele não fala como um marinheiro mas as roupas confundem... Ele fica de enviar instruções para que funcionário dela possa adestrar os cães. Ambos causam impressão um no outro.
Como não contarei toda a estória para vocês - rs - ambos defendem os animais e objetam o que fazem com eles; ambos não entendem o porquê de certas convenções sociais arcaicas... No decorrer temos momentos em que ideias como ter ciúmes pode acontecer mas não somos donos do outro; respeito é necessário; o amor deve ser alegria e não dor; dentre mais.
As aparências enganam... Há quem tente enganar mostrando ter o que não tem, ser o que não é. Ludibrie alguns... Não o nossos amigos! Ele sente algo errado e manda investigador colher informações; ela sente arrepios desagradáveis, pressentimento, repulsa. Ela diz ver o que a pessoa mostra mas sentir errado o que deveria representar. Chega, né? Já dei a entender que eles tem um sentido aguçado! Rs.
Há momentos belos, outros tristes e deploráveis;
Há momento de asco e de suspiros.
Ah, emoções! Rs.
E vocabulário rico! ;-)
Tenho o prazer de conhecer pessoalmente tal "Lady", a Silvia, e seu gentleman esposo. Tive a honra de ler outros livros dela (um deles me foi enviado quando conheci sua escrita, anos atrás). A leitura me traz beleza, sentimentos, alegrias - apesar dos momentos onde temos personagens vis. Assim é até hoje, infelizmente: há quem não tenha ética ou consciência, quem se ache cheio de direitos ainda que não cumpra com dever algum. Assim é o ser que se diz humano, não? Sem bandido como mocinho se mostrará a nós?
Quero um Tim para me carregar por mares! Rs.
E você, encontrou um para si? ;-)
#superindico !
Um abraço,
Carolina.
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