A fantástica fábrica de chocolate

Autoria: Roald Dahl 
Ilustrações: Quentin Blake 
Editora: Galera Júnior 
Publicado em 2022 
N° de páginas: 160 


Charlie Bucket... Quase consigo ver ele na minha frente! Um menino meigo, que ama os avós, os pais, que vai para a escola apesar de todos os empecilhos que enfrenta, que pouco se alimenta, bem como todos da família, uma torrada velha... sopa de repolho rala... magro, mas se nutre de estórias e sonhos! 

(Bom, pelo que li, o filme que mais chegou perto foi o de 1971, com Gene Wilder como o Willy Wonka.)

Não nos é dito muito sobre o sr. Wonka, apenas que é um inventor maravilhoso, seus chocolates são os melhores! Doces extraordinários são produzidos na fábrica que fechou há anos, após demitir todos os empregados devido a espiões enviados para roubar suas receitas. Voltou a funcionar, foi visto fumaça sair das chaminés, mas ninguém entrava ou saía de lá.

Isso até o convite ser anunciado: cinco crianças acompanhadas dos seus pais ou responsáveis poderiam adentrar para um dia mágico. Quem? Aqueles que encontrassem os bilhetes dourados! E tais sortudos foram: Augusto Glupe, Veroca Sal, Violeta Chataclete, Miguel Tevel e Charlie Bucket (único que comprou poucas barras, duas, com moeda encontrada na rua. Ah, ele também ganhou de aniversário uma barra, como todo ano, saindo da dieta de sopa de repolho).
     

Todas as crianças saem da linha em dado momento durante o passeio pela fábrica, uma a uma, exceto o Charlie, que está sempre de mão dada ao avô de 92 anos,  seu acompanhante. O avô foi quem contou estórias sobre a fábrica e ambos observam a tudo extasiados com as novidades, a abundância, aromas, gostos e, assim que chegaram, o calor gostoso das salas quentinhas, já que não tinham casacos mesmo sendo inverno. Todas as crianças saem com seu caminhão de guloseimas, menos o Charlie.

O menino amável e comportado é o escolhido! A família que passou tanta fome não mais saberá o que é isso. Os avós não levantavam da cama há vinte anos! O único que tinha emprego era o pai, até que a fábrica de pasta de dentes onde trabalhava faliu e passou a tirar gelo das calçadas... 
   
Não tem como o coração não ficar aconchegado com esse final tão maravilhosamente aguardado, onde ser simples, gentil, observar e se deixar encantar ao invés de tentar infringir regras (tão comum hoje) é recompensado. Onde o errado é errado e deve se retirar. Sorrisos sinceros são valorizados... Onde o que parecia impossível se concretiza e é apreciado! 

Não falo do chiclete com sabor dos três cursos de prato e sobremesa, ou da bala que nunca termina, ou do sorvete quente que não derrete... Umpa-lumpas na altura do joelho... Inimaginável viver o que tanto foi sonhado! Esperanças... 


Um abraço
(achocolatado)
Carolina.

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