Editora: DarkSide
Publicado em 2016
N° de páginas: 254
Exato. Demorei para escrever sobre esta leitura.
Assim como 1977 Endfield, é um estudo de caso, nada romanceado. Há muitas orações em Latim, o que me lembrou bastante do professor de Latim III, Gilson... Mas, fiquem despreocupad@s, há tradução! Rs.
"Estudo de caso é uma estratégia de pesquisa científica que analisa um fenômeno atual em seu contexto real e as variáveis que o influenciam. Trata-se de um estudo intensivo e sistemático sobre uma instituição, comunidade ou indivíduo que permite examinar fenômenos complexos.(...)O objetivo de um estudo de caso é produzir conhecimento a respeito de um fenômeno. Esse conhecimento pode ser usado como referência teórica para a compreensão de situações similares. (...)"
Sei, poderia ter apenas dito: "estudo de caso relata fatos como ocorretam, transcrevem registros..." mas, seguindo a linha de pesquisa e documentação... rs. Preferi citar publicação. 😉
Por vezes a leitura parece monótona para os não acostumados com registros. Mas a curiosidade move. As páginas fluem... Questionamentos... O que realmente ocorreu com aquele menino, cujo nome de batismo e de família, sabemos, para publicação, sempre é modificado?
Na realidade, apesar de todo o acompanhamento e registros, não se tem certeza. Afinal, diferente do que já ouvi falarem em vídeos, foi documentado que o garoto não falou outras línguas, o que no "manual de exorcismo" dizia ser uma característica de possessão. Mas, também, coisas não explicáveis não foram produzidas...
A família contava com uma tia espiritualista (que falesceu pouco antes dos incidentes iniciarem...), luteranos e católicos não praticantes. Psiquiatra foi consultado pelos padres luteranos, declarando que o garoto era normal, sadio. Velas, água benta, orações... Nada. Garrafa da água benta voando, colchão... Arranhões que parecem vir de dentro do corpo. Mudança para Saint Louis e tentativas...
Relíquias de segunda classe, de primeira..., perguntas feitas e não respondidas, hóstias, crucifixo, novena, rosário, permissão secreta, cusparadas de olhos fechados que nunca erravam alvos, urina fedida que queimava, gases, noites insones... Bowdern, Bishop e Halloran seguiam suas rotinas mas iam à noite até a casa para prosseguir com o ritual de exorcismo, a documentação, e ajuda para segurar o menino que, com o tempo, ficou agressivo.
"Suposto possuído" nasceu em 1935; o primeiro incidente, em 15 de janeiro de 1949, foi ruídos na casa e arranhões. Depois... A necessidade da família dormir levou o garoto uma noite para o hospital, onde teve quarto separado junto com os Irmãos Aleixanos para que gritos não atrapalhassem o funcionamento do hospital.
Quando consciente, "R." desconhecia o que se passava. Ele foi, então, batisado na igreja católica, fez a comunhão - tentativas. O diário conta com 25-6 páginas. Última nota no dia de São Marcos, 25 de abril de 1949. Neste tem registrado os nomes dos jesuítas que viram o R sob possessão, nove no total, datado quatro de abril.
Regresso à Washington... De volta à Saint Louis: Alexian Brothers Hospital. Rotinas... Episódios, orações, missas, tentativas de comunhão - algumas frutíferas, outras, não. Após 25 de abril de 1949 há apenas uma anotação curta, com dados quase totalmente apagados, feita em 1970. Sem endereço ou telefone atuais.
Não nego ter o romance O exorcista, ainda a ler, mas este, repito, é um estudo de caso, registro no qual basearam-se para o filme, para o livro... Exorcismo buscou relatar fatos e a igreja na época não assumiu participação ou...
Um abraço,
Carolina.
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