Carrie: a estranha

Autor: Stephen King
Editora: Suma 
Publicado em 2012


Unbelievable!
(Inacreditável!)


Bom, creio que quase todos já devem ter ouvido falar da Carrie, a garota com o poder da telecinesia (capacidade de uma pessoa movimentar, manipular, abalar ou exercer força sobre um sistema físico sem interação física, apenas usando a mente), personagem bem conhecida do Stephen King, que chegou a jogá-la na lixeira! Rs. Sim, ele o fez. Ainda bem que a sua esposa, Tabitha, tirou o rascunho do lixo! :-O

Já foi adaptado mais de uma vez para o cinema. A depender da sua faixa etária, deve conhecer apenas a adaptação de 2013, com a Chloë Grace Moretz como a protagonista (dirigido por Kimberly Peirce). Mas teve também a de 1976, com Sissy Spacek (dirigido por Brian De Plama) e o telefilme de 2002 com Angela Bettis (direção: David Carson). Este último sequer sabia da existência, sempre ouvi sobre os dois anteriores. Há ainda um baseado mas... esqueçamos. Apenas citava. Rs.

Então, essa jovem teve uma vida difícil... Lendo, tive raiva da mãe, a Margaret White. Esta "senhora" era obsecada... Tudo era pecado. Certo, do início... A tc (telecinesia) é passada geneticamente segundo explicações no livro e pulou umas gerações. A avó da Margaret tinha tal poder. Quando o pai, John Brigham, morreu e a mãe, Judith, voltou a se casar ela falava e falava que estavam em pecado. Ela via coisas que não estavam no Livro e interpretava de uma forma bem inusitada o que pensava ser... Certo, louca total! Mudou-se de Motton para Chamberlain quando conheceu o Ralph White. 

Eles "pecaram" antes do casamento, uma vez, e houve um aborto (entrada no hospital 03.04.62). Decidiram que viveriam "sem o pecado" após o casamento, e conseguiram... até o dia em que a Carrie foi concebida. Ele deveria ter o gene também, mas no homem fica "dormente" (passa adiante mas não manifesta, ou algo do tipo). A carne fraquejou, ela expulsou ele de casa, que bebeu antes de retornar e quando voltou... "tomou-a" - e ela gostou, e se puniu depois... Ralph morre antes da Carrie nascer. 

Ela pensa em matar o bebê quando nasce... Quando ela volta do enterro da mãe e vê a mamadeira no ar, a Carrie no berço (com 1 ano)... Aos 3 anos, novamente, quando a menininha Carrie falou com a garota vizinha de "travesseirosimundos" (seios), "seminua" por estar tomando banho de sol no quintal! E, então, novamente. Carrie mestruou aos dezessete anos e pensou que morria: desconhecia o período fértil feminino. A mãe a trata mal, passa a chamá-la de mulher e pecadora... como se a filha tivesse culpa pela biologia do corpo feminino.

Carrieta White e castigos desmerecidos... o quartinho... O que ela passou na Ewen High School já tinha sido suficientemente vexante, com as garotas, no banheiro, tirando sarro e jogando absorventes internos e externos nela... as cólicas... Nem consigo imaginar o que deve ter sentido! Mas libera seu dom: puberdade mental. Aos poucos e, inicialmente, causando cansaço, confusão, latejar (cefaleia), ardência nos olhos...
"Ela não sabia se seu dom vinha do senhor da luz ou das trevas, e agora, descobrindo afinal que, para ela, tanto fazia, sentiu um alívio quase indescritível, como se tivesse se livrado de um peso enorme, que carregava havia muito tempo nos ombros."
"Problema mor"? A que se acha "rainha da cocada", Chris Hargensen. Seu pai é o advogado John Hargensen e está em volta com o Billy Nolan (também não é muita "flor que se cheire"..!). Ela se acha intocável e decide não cumprir o castigo imposto pelo que fizeram com a Carrie no banheiro. O pai chega a tentar intimidar o diretor, ameaçar um processo, mas a filha tem histórico e, se ele entrasse com um processo, o colégio entraria com outro, contra ela, a favor da Carrie. Oohhh! O pai sai "com o rabo entre as pernas", mas "fingindo ostentar coroa"! Kkkk!

Sue Snell pede para o namorado, o Thomas Ross, levar a Carrie ao baile. Ela fica com a consciência pesada, quer dar algo bom para compensar e... que garota não sonha em ir ao baile?!?... Ele o faz por amar a namorada e por ter nada contra a Carrie. Ele a trata bem. Seria um bom amigo, até, caso as circunstâncias fossem outras. Ele é popular, jogador mas com boa média... Apesar de pensar inicialmente ser uma peça que querem pregar nela, Carrie termina por aceitar. 
"Essa é a menina que continuam chamando de monstro. Quero que tenham isso em mente. A menina que se contentava com um hamburger e uma cerveja de dez centavos depois de seu único baile na escola, para não preocupar a mãe." - Sue. 
A escrita do King é diferente. Aqui, não linear. Intercala entre o que se passava como se fosse presente - e o era para a Carrie e alguns colegas, agora mortos, quando narravam - mas sendo já passado em trechos de jornais, interrogatórios, livros, registros de sobreviventes (12 no total), lembranças e estudiosos do caso. Não foi apenas o ginásio, nas todo o colégio... postos de gasolina... cidade de Chamberlain, Maine...

Stephen Edwin King era professor e escrevia para complementar orçamento. Vendeu diversos contos de horror/terror mediante pagamento e teve rejeição inicial de editoras. Carrie foi seu primeiro livro, em 1974.

Gostei bastante da experiência, leitura diferente da que fiz de O pistoleiro (escrito em 1982, primeiro livro dA Torre Negra). Mesmo que tenha assistido a alguma das adaptações cinematográficas e/ou televisivas, indico a leitura. ;)



Um abraço, 
Carolina.

2 comentários

  1. Aveeeeeeeeeee carol ja puvi muito sobre esse livro, mas não sei se teria coragem de ler. Estou para começar IT,, meu primeiro contato com a escrita do autor.

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    1. Não sabe se tem coragem para Carrie mas tem coragem para It? Kkkk! Ela tem telecinesia, o Pennywise é um ser mítico de outro mundo que...! Kkkk

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