It: a coisa

Autor: Stephen King 
Editora: Suma 
Publicado em 2014 
N° de páginas: 1.208 
(E-book Kindle) 

Olá! Que leitura!!...

Gostei muito da adaptação em duas partes (2017 e 2019), não tinha assistido a de 1990. Bill Skarsgård deu um show, na minha opinião. Então li que o King não gosta das adaptações que foram feitas dos livros dele. Pensei: preciso ler It! Tinha lido O pistoleiro ao assistir o filme no cinema e, realmente, 🤐. Mas algumas pessoas disseram para ler um dos primeiros dele antes... Fui para Carrie, a estranha (espantou-me saber que o autor jogou fora e a esposa dele o resgatou! rs), O nevoeiro (conto em Tripulação de esqueletos), Depois (pouco após o lançamento)...  2022 veio e... estava na hora!

Entendi o desgostar da separação criança X adulto. Faz parte de Derry, da Coisa, da mitologia criada ali: você não lembra. Os seis "losers" que saíram da cidade lembravam de nada. Mike, que permaneceu na cidade, lembra, mas pela força do círculo deles, creio, já que os adultos parecem não ver/perceber... apesar de serem influenciados. As personagens começam a lembrar, aos poucos, com o telefonema do amigo os convocando a retornar e, principalmente, após se encontrarem. A intercalação é importante na forma que o King desenvolveu a mitologia.

Exato: o livro inicia com os sete amigos adultos. Tudo o que os ligava a Derry desapareceu não apenas das mentes, mas dos corpos, que não apresentam marcas - seja do corte feito com vidro de garrafa no juramento de sangue, seja dos percalços com o fraco/louco do Henry Bowers, a exemplo do corte a faca que este fez na barriga do Ben, sejam outros - reaparecem com as memórias. Bill, Beverly, Eddie, Ben, Richie, Mike e Stan seguiram suas vidas com apenas um deles lembrando, registrando, pesquisando... E, apesar de apenas três serem solteiros, nenhum dos sete tiveram filhos.

Então, eles sequer lembram um do outro, apesar da amizade, do amor deles. E basta um telefonema para suas vidas mudarem novamente. Após 27 anos as mortes recomeçaram. Algo que marca o início não é apenas o chamado, mas o narrado pelo King: há preconceitos fortes em Derry (homofobia, racismo, dentre outros) e ele sai "pincelando" ocorridos com pessoas diversas. (Aviso que há violências físicas e mentais - o pior que se pode esperar das pessoas, inclusive de pais para com filhos.) Os "otários" retornam para a cidade da sua infância (exceto Stan) imediatamente após telefonemas do Mike, pausam suas vidas (em 1985) e viajam de volta ao passado, com lembranças vindo aos poucos... com a sensação de não saber se retornariam para as suas atuais casas e atividades. 
   
    
Derry
, a cidade, é uma personagem guiada pela Coisa. Foi construída sobre seu ninho. Ela influencia pessoas, clima, lembranças... Ficamos sabendo de algo a respeito de Pennywise por pensamentos de uns e, depois, por descoberta do Ben enquanto ele, Bill e o Richie andam atrás da "entidade", "coisa" ferida, embaixo da cidade. Parece ser uma aranha na sua forma verdadeira, mas não o é exatamente. Para cada pessoa/criança que se mostra toma forma consoante seus medos e, a mais comum para a sua aproximação, é a forma de palhaço. Chegou lá quando Derry não existia, pessoas não viviam... Veio como um cometa e "bum": caiu ali. Tem seus momentos de hibernação e acorda a cada 25-7 anos. Quase sempre vinte e sete. Sempre há algo "grande" quando acorda ou vai hibernar: um desastre, incêndio... mortes múltiplas.

Pode se alimentar de adultos, mas crianças são sua preferência: suas imaginações, um "tempero" especial. Sente a presença de "Outro" somente quando enfrenta o grupo quando crianças. Bill, o líder amado pelos amigos, é o primeiro a "sentir"/ouvir a Tartaruga. Os meninos o chamam de Big Bill e chegam a dizer que há nada que deixem de fazer pelo amigo - o que leva a pensar na questão da amizade. Por mais que sete seja um número forte, mítico, quando perdem, de certa maneira, outro membro (no retorno, adultos), cinco tem que ser o suficiente! União. Percebem que necessitam acordar suas crianças interiores - e fazem o seu melhor!


Nem que eu quisesse poderia passar o que a leitura despertou aqui. Ela é necessária e interessantíssima (alguns amam, outros...). Como o ser humano pode ser volúvel, tornando a influência da Coisa fácil!... Coloquei no instagram alguns trechos, poucos, mas... Visite, curta, comente! 😉 


Um abraço,
Carolina.

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