Drácula apaixonado

Autora: Karen Essex
Editora: Record 
Publicado em 2013 
N° de páginas: 392 


A indignação e a ira me tomaram inúmeras vezes. Asco pelo Von Helsing e suas "notas" - pensamentos e filosofia de superioridade do ser masculino sobre o feminino. Não falo apenas de machismo, vai além! Fora as "técnicas de tortura" aplicadas com a desculpa esfarrapada de "em prol da ciência" enquanto trocavam comentários em alemão para que não fosse entendido pela Mina e regozijavam-se da dor inflingida. Eram masoquistas pérfidos, serem vis.

Entendo perfeitamente que a história se passa séculos atrás, homens com todos os direitos e mulheres começando a querer ter os seus, negados por outros tantos atrás. Compreendo que elas eram ainda tomadas por desprovidas de vontades e pensamentos próprios, que era pregado muito sobre o que não discursarei agora. Mas associar todo e qualquer ato, pensamento, argumento, até pesadelo que não condissesse com o que queriam vindo de mulheres com doenças da mente? Tudo era sexualizado e culpado pelo pecado que a mulher...! Fala sério!!!

Gostei da ideia da Mina ser "herdeira mítica". Inicialmente tomei como tipo de paranormalidade, "manifestações" ou... interessante. Bem como os traumas, agressões paterna, abandono materno que culminaram para que a Mina fizesse de tudo para suprimir, silenciar quanto ao seu sonambulismo, tentasse ter a vida mais pacata e normal possível, o que significava, para mulheres daquele tempo, casar e viver para criar os filhos. O medo do desconhecido e das lembranças da infância, onde falar com o que não era visto por outros, muito demandava.

Amei a leitura! Amei o conde passional e apaixonado, por mais que os acessos de raiva dele me deixasse "desconfortável", novamente, tenho que olhar pelo prisma do tempo da história e histórico das personagens. Ele já a perdeu em outras vidas... O que mais deseja é não perder sua amada novamente. Por mais que tente influenciar o redor, como ele mesmo sobressalta, nada supera o livre arbítrio e, lembrando o querido Lúcifer (interpretado pelo Tom Ellis), não culpe outrem pelos seus anseios! E o conde pergunta sempre para a Mina o que ela quer. Repete que cabe a ela. Ele é servo e senhor. 

Deixarei uns trechos para que entenda meu início de discurso nos comentários e repito: amei o conde a acompanhando não apenas pelos séculos, aguardando o seu retorno, mas pela vida presente da Mina! ❤


Um abraço, 
Carolina.

2 comentários

  1. "... o mal que recaiu sobre as mulheres por causa do pecado de Eva. (...)"

    "Jamais seremos capazes de impedir que as classes inferiores procriem. Mais realista é criar uma mulher que seja uma máquina aprimorada de procriação, capaz de produzir uma prole superior. Assim que as transfusões (de sangue) forem aperfeiçoadas, a mulher recebedora irá geneticamente assimilar os traços do homem - força, coragem, retidão moral, pensamento racional e, inclusive, maior vigor físico e melhor saude - e, portanto, trazer um perfil biológico mais saudável para o processo de acasalamento. (...)" capítulo 12.
    Esse crápula era tão ridículo!!... E o seu discípulo, que dizia ter sido apaixonado pela amiga da Mina, Lucy, era outro! Torturavam as mulheres!!! Quase matavam por afogamento, por horas, dizendo que estavam "limpando o sabgue para a transfusão! Desconheciam os tipos sanguíneos etc e diziam que era defeito da mulher!...

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