Às vezes uma dor me desespera...
Nestas ânsias e dúvidas em que ando,
Cismo e padeço, neste outono, quando
Calculo o que perdi na primavera.
Versos e amores sufoquei calando,
Sem os gozar numa explosão sincera..
Ah! Mais cem vidas! com que ardor quisera
Mais viver, mais penar e amar cantando!
Sinto o que desperdicei na juventude;
Choro neste começo de velhice,
Mártir da hipocrisia ou da virtude.
Os beijos que não tive por tolice,
Por timidez o que sofrer não pude,
E por pudor os versos que não disse!
Usei esta beleza lírica ao me deparar com um desafio: duas escolas literárias em míseras aulas, menos de um mês. Parnasianismo e Simbolismo...
O que veio à mente?... Através de UM "texto" da fase de transição do Bilac! Foi o que fiz. E amei! (2006)
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Olavo Bilac nasceu no dia 16 de dezembro do ano de 1865, no Rio de Janeiro e faleceu no dia 28 de dezembro do ano de 1918, também no Rio de Janeiro. Batizado Olavo Brás Martins dos Guimarães Bilac.
Jornalista e poeta brasileiro, foi membro fundador da Academia Brasileira de Letras. Seu soneto XIII de Via Lactea é o mais conhecido e está sempre nos livros didáticos.
Parnasianismo.... Vocabulário rebuscado, métrica regular com preferência pelo verso alexandrino (doze sílabas), gosto pelo soneto, rima regular, rimas raras e artificiais, descritivo e narrativo, poucas figuras de linguagem... Arte pela arte.
Simbolismo... Vocabulário etéreo e remissões ao Nada e ao Absoluto, presença comum de antíteses e oposições, transcendência, métricas irregulares e versos livres... O poema como forma de conciliação entre os planos material e espiritual.
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Você conhecia esta?...
Um abraço,
Carolina.
Essa poesia é...! <3
ResponderExcluir❤
ExcluirEste poema é maravilhoso, Carol. E também o outro que você compartilhou... O da Florbela Espanca. Intronizei profundamente. Grata! 🙏
ResponderExcluirEu realmente os amo! Eles mexeram comigo desde a primeira vez que os li. Este do Bilac no 2o. ano e o da Florbela, na 7a.série... <3
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