Meu querido meio-irmão

Autora Penelope Ward
(Stepbrother dearest)
Editora: Pandorga
Publicado em: 2015
N° de páginas: 264
(Há momentos sensuais.)
“Não é normal desejarmos alguém que nos atormenta. Quando meu meio-irmão, Elec, se mudou para nossa casa, eu não estava preparada para lidar com um cara tão idiota. Odiei o fato de ele ter descontado sua raiva em mim porque não queria estar aqui. Odiei ele ter trazido garotas da escola para seu quarto. Mas o que mais odiei foi o modo indesejável que meu corpo reagia a ele. A princípio, pensei que tudo o que ele tinha a seu favor era o corpo musculoso e tatuado e o rosto perfeito. Mas as coisas começaram a mudar entre nós, e tudo teve um desfecho em uma noite inesquecível. No entanto, do mesmo modo que Elec entrou na minha vida, logo voltou para a Califórnia. Passaram-se anos desde a última vez que o vi. Quando a tragédia atingiu nossa família, tive que encará-lo novamente. E, diabos, o adolescente que me deixou louca se tornou o homem que destruiu o resto de sanidade que havia em mim. Senti que meu coração estava prestes a ser partido. De novo.”

Claro que de inicio devo admitir ter comprado este por um desafio… Bom, uma pessoa "colocou pilha", falou um pouco da história antes do livro publicado físico… Estimulou a curiosidade. (Você pode perguntar: 'Mas, Carol, você não costuma postar aqui... Este tem um 'plot' maior.)

O livro traz leitura rápida e fluida, li em horas. Não costumo observar estética, procurar erros… apenas paro de ler quando percebo que algo está faltando ou… Encontrei isso no final do livro, falta de uma conjunção, creio, mas só percebi porque senti faltar algo, o que não prejudica em nada a leitura ou compreensão.

Primeiramente, pensei que o Elec era um cara sacana e escroto (ponto). No capítulo 4, parei para enviar mensagem para quem indicou, adjetivando a personagem com exatamente esta  palavra. Ok, poderia-se dizer que ele estava se sentindo trocado, o pai (Randy) largou a mãe dele (Pilar) para ficar com a mãe da Greta, a Sarah. Ele saiu de casa, abandonando-os. Poderia ser uma explicação natural, corriqueira. Mas logo que a Greta o conheceu e percebeu como o Randy se endereçava a ele, sabia que não era essa a razão – não havia demonstração alguma de afeição… ou orgulho paterno… ou, até, desculpe-me se vou longe demais, respeito.

Pensa-se: tá, o carinha será um pé o saco, tentará o máximo dele… Por causa do pai a mãe caiu em depressão… Já imaginamos: rebeldia, malcriação… Há algo não dito na história deles… Não é apenas uma pirraça de adolescente. ‘O quê’ saberemos apenas muito mais a frente. 

Greta tenta ser gentil. Ele pisa. Descobre algo e usa contra ela. Joga charme, fala coisas cruéis… A cena do banheiro mesmo!.. – foi quando parei e enviei mensagem: “jerk”! Mas, para uma pessoa carente de atenção, tratado como é pelo o pai… Greta é um oásis, por mais que ele queira se vingar e saiba que no fundo ela não tem culpa. Nos poucos momentos em que ele quase abaixa a guarda, percebe-se que ele não é apenas um escroto; mas logo depois, ele… Na realidade, Elec não sabe lidar com alguém que queira entendê-lo, dar a mão, olhá-lo por quem é de verdade. Solução? Tenta afastar.

Greta perdeu o pai anos atrás… ainda criança – cigarro.  Quando ela vê Elec fumando como louco, fala…fala… pega o cigarro e corre. Por que esse detalhe? A primeira revelação pessoal?.. Pode ser. Mas na realidade, é pela retaliação a posteriori dele:

Ela descobre apenas no dia seguinte ao tomar banho para ir para o colégio – aliás ele fica na sala dela, último ano – e ir procurar uma para vestir. AAAhhhhh!! Para no meio do caminho para comprar uma calcinha barata qualquer. E as devoluções que ele faz… aos poucos… nem todas. A primeira que ele devolveu me deu raiva! Mas tudo bem – não conseguiria largar o livro mesmo! Kkkkk!

Ela é a única pessoa em quem ele consegue confiar para contar o pouquíssimo-quase-nada-do-que-ele-omite. A única que leu seu livro – e o incentivou. Ele é o único para quem ela consegue olhar, que desperta tanto nela… Como ela queria saber o que o consumia!..

Não tem graça alguma eu estragar contando o que acontece em detalhes. Houve picos de emoção, sentimentos, desencontros, reencontros, lágrimas, perdas… ganhos. Ela é a pessoa que lê outro livro dele, autobiográfico.”
(no celular)Eu não confio em mais ninguém para lê-lo. Preciso que seja você.” p.182.
Greta não consegue parar de ler. Eu não consegui parar de ler. Quem consegue/iu/ria?

Não posso contar o escrito, ou o que ocorre depois que ela lê… Digo que é tocante, revelador.

Sim, posso dizer que gostei de conhecer Sully! Rsrsrs.


  Sully é a fada madrinha da Greta em Nova York.  

“Bem, você já percebeu que a sua fada madrinha tem um pacote maior que o meu, né?” 

 – Ela me fez tirar a camisa.
– Você está brincando!
– Estou falando sério.
– E foi só isso?
– Quem me dera.
– O que mais?
– Ela me fez segurar uma placa que dizia “cara de babaca” e tirou uma foto minha com isso.


Foi uma experiência agradável, surpreendente, alegre e lacrimosa. 


Um abraço,
Carolina.

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