Um acordo de cavalheiros

Autora: Lucy Vargas
Editora: Bertrand Brasil
(Grupo Editorial Record)
Ano de publicação: 2017
Número de páginas: 350
“Um romance sensual e arrebatador repleto de intrigas, morte e desejo. Tristan Thorne, o Conde de Wintry, não é um homem para brincadeiras. Com uma vida de segredos, amado e odiado na sociedade, ele não é o parceiro ideal para uma dama. Dorothy Miller não sabe o que há por trás de suas motivações, apenas que ele é bastante intenso. Os jornais dizem que ele bebe demais, joga demais e ama escandalosamente. E até mata. Como uma dama determinada a ser dona do próprio destino como Dorothy Miller acaba em um acordo com um homem como Lorde Wintry? Você teria coragem de guardar um segredo com o maior terror dos salões londrinos? Lembre-se: Nunca faça acordos com ele, pois o conde sempre volta para cobrar.”


Sim, a Lucy é brasileira e, para quem tem ressalvas... dê-se esta oportunidade porque... Vale . muito . a . pena . superar! Rs


Senhorita respeitável que tinha contra os padrões da época não ter casado ainda aos 26 anos de idade – e nem querer fazê-lo. Ela preza sua “restrita liberdade”. Alguns dizem que está “passando do tempo”, mas é um exemplo, toma conta da casa do tio, com quem mora desde que ficou órfã, cerca de 10 anos atrás. Procura um casamento para a prima, 19 anos, debutando. A Dorothy tem pretendentes, mas não quer casar para viver uma vida infeliz.

Já o Tristan... Este se esforça para manter uma fama: CAFAJESTE. Muita bebida, mulheres, acompanhantes pagas... Não se envolvia com damas bem-criadas para não ter dor de cabeça.

“... um dos motivos era porque elas eram virgens. (...) dessas com as quais tem que casar se tocar.” p.78

Não se envolvia – pois se envolve com a Dot. Ela tem opiniões próprias, “força”... é diferente! E seus lábios... (kkk) Ele, alto, de presença, “exala masculinidade”. Criticado pelas regras da sociedade, mas atrai olhares cobiçosos das donzelas. E, completando, o “segredo”. Sua fama é fundada, mas também paga.

Ok, mocinha, mocinho... Qual o diferencial? Ela não busca o amor, mas a liberdade de escolha: não casar. Ele, criado pela tia após pais morrerem, uma mulher livre que expressava e vivia seus amores e desejos, quer ver a liberdade do corpo e desejos da Dot. Mas que seja com ele – que fique claro!! (Kkkk) Ele jamais teve o respeito, a consideração ou carinho da família, excetuando a tia “libertina”, afinal, filho de um segundo casamento com viúva sem posses. Quando recebe o título, piora a situação.

Ainda, que dizer quando logo de início Dorothy, a senhorita, acorda com roupas espalhadas, grampos, sapatilhas... está de meias, corpete não estava onde deveria... Vê o “lorde demoníaco” e pergunta, desnorteada:

“Como eu posso estar no mesmo lugar que o senhor e com o meu corpete caído?”

E o Lorde Wintry, Tristan Thorne, de camisa com botões abertos...
“Você gozou e desmaiou – explicou ele, sem sequer pensar antes de responder.”
“Perdão? – exclamou ela.”
“Creio que o efeito do álcool faz isso, madame."   p.9
Gargalhadas! Eles firmam um acordo de cavalheiros ao qual cabe apenas a eles modificar os termos. Ela é pega de surpresa quando ele lhe pergunta os termos do acordo.
  • Será um segredo;
  • Em público, apenas conhecidos apresentados na residência da Lady Russ, prima dele;
  • Exclusividade mútua...
“Quero lembrá-la dessa condição quando quiser me deixar por algum pretendente.”
“Isso é diferente.”
“É mesmo?”
(E vamos para um dos diálogos “alfinetantes” os quais personagens divertem-se e divertem-nos!!)
“Eu sei que você não tem descendentes. Por tudo o que me contou na casa de Lady Russ, sei que não vai querer deixar um centavo para aquelas pessoas da sua família. Então imagino que vai se casar com alguma mocinha desmiolada, engravidá-la e deixa-la no campo com seus herdeiros. Não é isso que vocês aristocratas independentes e donos do mundo fazem?”
“Eu gosto do seu senso de humor, Dot, mas não sabia que era tão afiado.” (...) “Vou simplesmente torrar minha fortuna e deixar um bando de nada para quem quer que seja o meu herdeiro no momento. (...)”
“Eu gosto do seu humor negro, Wintry, mas não sabia que o seu cinismo era tão enraizado” p.66-7.
A dinâmica deles, cartas trocadas, brincadeiras e até brigas, é muito divertida. Um casal como deve ser... mas não naquela época... Atração e insultos, diversão e “chantagem”... Cumplicidade, confiança, carinho. Eles aprendem e ensinam, compartilham. E, com a chegada do término da temporada, quando termina seu caso conforme o acordo, certa tristeza... Eu fiquei triste!!.. Como parar de ler?..

E há complicações outras relacionadas ao trabalho de agente secreto da coroa e ao segredo do Lorde Wintry... Não podemos adiantar a temporada ou perde a graça! Espere, além das investigações `a trabalho, pode ter ainda alguma presilha/grampo de cabelo! rs

Convido a tod@s a adentrar o recinto e procurar!  



 Um abraço,
Carolina.

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