O exército de uma mulher só

Autoria: Thaiz Leão  
Editora: Belas Letras 
Publicado em 2019 
N de páginas: 144 


O exército de uma mulher só traz a história da Thaiz, que se viu repentinamente em posição não planejada: grávida, apesar de ter ingerido a pílula do dia seguinte. E, aqui, vem uma informação que muitas pessoas desconhecem: tal pílula pode se tornar ineficaz quando ingerida concomitantemente a antibiótico. A personagem desconhecia tal possibilidade... Desde então, nada mais sobre o pai, que inicialmente disse que ajudaria a criança, apesar de não manter relacionamento algum com ela. 

Eh, bem... Ele mudou de ideia pouco tempo depois.
Coitado, né?.. Tão novo para "jogar a vida fora"!... 
Deixe-me provocar a queda de uma lágrima.
Ok, aguarde, então, eu pegar o colírio e simular uma.
Certo, agora rolou! 

Muitos são os desafios encontrados, além das escolhas a serem feitas quando se engravida. No caso da personagem, desde o modo como  foi tratada no hospital público onde foi confirmar o resultado do teste de farmácia, passando pelo pré-natal, os julgamentos... O que ela queria para si mesma e para a criança que crescia dentro do seu corpo, o tipo de parto que deveria ter... 

Ao contrário do que ela pensava, acabou tendo apoio de onde não esperava, o que sempre é uma surpresa grata em momento em que a sensibilidade está já tão aflorada. Há quem não se dê conta de que por vezes a pessoa está solitária na jornada, fragilizada por isso e por todas as transformações que o corpo sofre, infelizmente.
  
A autora Thaiz Leão nos mostra uma jovem mulher forte em seus termos, questionadora e inteligente, que olha as ironias históricas, se é podemos chamar assim, "impostas ao seu gênero". Desde pequena questionava as "obrigações" infligidas a ela e não aos irmãos; a sua mãe, mas não ao seu pai... 

Quantas filhas observaram o mesmo enquanto cresciam? 
Será que se deram conta de tais diferenças também, seja na própria casa ou na de outrem?
Interessante como podemos arranjar força quando mais fragilizadas estamos! 
E seguimos. 

[Dentre as classificações em site de venda há "ficção" inclusa para o livro. Se há ficção, está misturada com biografia, creio, já que a autora é, além de designer, artista visual, ativista social, fundadora e diretora executiva do Instituto Casa Mãe, também mulher e mãe. Ainda, há no próprio livro "Epílogo: Thaiz, 28". Se houve acréscimo ou não na história da própria autora, desconheço por não ter perguntado diretamente a ela, mas há, sim, experiência.]
 
Já leu algum que te fez parar para refletir?


Um abraço, 
Carolina.

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