Editora:
Gutenberg
Publicado em 2018
N° de páginas: 304
"Eu, Magda Ritter, era uma das quinze mulheres que provavam sua comida, pois o Fürher era obcecado com a possibilidade de ser envenenado pelos Aliados ou por traidores dentro de seu círculo pessoal.Ninguém, exceto meu marido, sabe o que eu fiz. Nunca falei sobre isso. Eu não podia falar… Mas os segredos que guardei por tantos anos precisam ser revelados.Às vezes, a verdade me oprime e me apavora. É como uma queda sem fim em um poço fundo e escuro. Mas, ao escrever minha história, descobri muito sobre mim mesma e sobre a humanidade. E também sobre a crueldade dos homens que fazem leis para se adequarem aos seus próprios interesses.Eu conheci Hitler… E minha história precisa ser contada.”
Uma
leitura que envolve, nos faz refletir... Perguntaram-me se era sobre a vida do
Hitler: como dito pelo próprio autor, houve pesquisas, mas é ficção. Algumas
personagens foram baseadas em pessoas reais, outras, como a Cook, foram
baseadas em várias pessoas. Um livro que merece ser lido.
Magda Ritter tinha pais que a amavam mas tiveram que enviá-la no início do ano de 1943 para a casa do tio e da esposa dele devido aos rumos que a guerra estava tomando. Já tinha quem não confiasse 100% em uma vitória alemã. E assim começa a jornada da personagem-narradora, que acaba sendo escolhida pelo capitão Karl Weber (oficial da SS) e pela srta. Cook Schultz (cozinheira chefe do 3º Reich) para ser uma das 15 provadoras de comida do Führer. Ela não pensa muito politicamente, não é filiada ao partido. Precisa de um emprego. E não fica sabendo qual será sua função até chegar na Berghof e falar com a chefa imediata e o capitão.
A
partir daí a história se desenrola. Ela é treinada, experimenta pela primeira
vez com muita apreenção... Sente algo diferente na presença do Karl e um laço
começa a se formar ali. A Cook também passa a confiar nela e ser até mesmo
amiga, na medida do possível. Todos parecem idolatrar o Adolph, que parece
nutrir interesse pelos que o servem e cuidar deles. Seu discurso é sempre
encorajador e o chefe de comunicação faz bem o seu trabalho. Muitos dão suas
vidas...
Mas
os seus começam a ter conhecimento do que anda sendo feito pelo país. Fotos de
campos de concentração e extermínio param nas mãos do sr. Weber... O conflito
interno, a consciência, os lados - tanto a refletir, agir, aguardar: necessário
paciência, planejamento. Ataques, mudanças, bunkers – Toca do Lobo. Tentativas
de envenenamento, perdas, baixas, violência, estupros...
“Magda, por favor. Nunca fale dessas coisas. Não é permitido. O que quer que você tenha visto deve ser um erro. Se guardas agem como criminosos eles serão punidos. O Reich não vai permitir que essas atrocidades aconteçam. Não diga a ninguém o que se passou com você.” – p.206
Magda quer Hitler morto. Como grande parte da
população, não apenas os aliados russos, orientais ou americanos; mas quem
assumiria? Mundos paralelos. O amor demonstrado pelos seus cachorros não é o
mesmo aplicado à população que, com o tempo, afirma o führer, trai a ele e a
Alemanha. A loucura crescente.
Pode se tratar de uma ficção, mas os fatos reais
nos quais foi baseada são visíveis, até mesmo para alguém que não tenha cursado
história, que tenha um conhecimento de certa forma raso, como o meu. As dores
não apenas físicas, mas, principalmente, psicológicas; os conflitos nas
consciências, mortes, encontros, sentimentos, desencontros... A guerra não traz
benefícios.
Lembrando
Vieira, “Todas as guerras deste mundo se fazem para conseguir a paz.” - Por vezes a paz custa caro e não é
alcançada. Consciência. Lembranças... Há o que precise ser contado, conhecido,
estudado... para ser compreendido o presente e evitada a repetição futura
(sempre falo). E, como bem lembrado o autor, nem faz tanto tempo assim!
Foi
uma leitura emocionante. Sinceramente, espero que seja apreciada e disceminada.
Creio nas possibilidades. As pessoas precisam prestar atenção – em si, no
outro... Nossas atitudes podem atingir não apenas a nós.
Compartilhem
com a Magda Weber. Tenham uma ótima leitura!
Um
abraço,
Carolina.
Carolina.
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"Unindo a história e a ficção, Um Banquete Para Hitler mostra os extremos de privilégio e opressão sob a ditadura do Fürher, expondo os dilemas morais da guerra em uma história emocionante, cheia de atos de extraordinária coragem em busca de segurança, liberdade e, finalmente, vingança." (Ficção / Literatura Estrangeira / Romance)
Adorei a resenha, a foto e o modo que falou sobre o livro 😍😍😍😍
ResponderExcluirWill, dear, você gostaria muito de ler ele! ;)
Excluir:* <3