Enola Holmes, 2.
Editora: Verus
Publicado em 2021
N° de páginas: 208
Sozinha. Alone.
Enola.
Uma mente estimulada desde cedo, criada livre, em um tempo em que isso era subversivo - contra a ordem, perturbador... - vindo do "sexo frágil", vindo de uma mulher. A elas cabia obedecer, aprender a ser donas de casa, esposas, mães, anfitriãs, a não ser que fossem da classe operária, trabalhadora.
Por vezes - ah, por vezes... Neste episódio da vida da querida irmã mais nova do grande detetive Sherlock Holmes não existente nas obras do Sir Conan Doyle, a Enola conhece o amigo do irmão, o dr. Watson, e se vê desejando que ele fosse o pai que não teve desde muito pequena. Uma figura preocupada, bondosa... que a procurou sob disfarce para ajudar ao amigo que não admitiria deixar de estar bem.
Um caso vem ao seu conhecimento através da visita do sr. Watson à Ivy Meshle: o da srta. Cecily, filha de um baronete. Ela está desaparecida já a dias e o irmão recusou o caso quando procurado. Enola, disfarçada de secretária de um investigador particular, dr. Ragostin, decide pegar o caso. E, caso esteja se perguntando, a senhorita canhota é a Cecily - e naquela época não se podia ser canhoto...
Mais uma exigência social. Ser canhoto era errado e deveria não apenas ser desestimulado, como escondido e "superado" (entenda como "forçado a mudar"). Enola teria percebido antes as diferenças em escritas da lady mas o foco em si e na procura do irmão por ela, bem como no estado dele, a distraem. A própria se recrimina quando vê ter deixado algo passar. Rs.
Aventuras, disfarces, questionamentos, visitas, ataques, patifes, códigos e "mesmerismo"... Refúgios. A garota de catorze anos de idade com muito nariz e queixo, desajeitada e esquisita, tenta lembrar a si mesma, sempre que possível, das palavras da mãe, embora tivesse visto possibilidade de amizade como a de uma irmã com a jovem que procurava.
ALONEAHNIZOSMEBOTIUMRIASESIAVECOV
Decifre, embarque.
Um abraço,
Carolina.
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