A coragem de Katie

Autora: Beverly Lewis
Editora: Pausa; 
Publicado em 2019 
N° de páginas: 240 

Surpreendeu. 
Compreendo que haja diferentes costumes e culturas, mas nada me fará entender como pensamento de que excluir alguém pode aspirar que a pessoa se reaproxime. Não há lógica em querer regressar para onde expressaram não te aceitarem/quererem. Uma conversa, um estender a mão, aconxego... valem mais que opressão e falta de opções. Mas, ok. Banimento: forma de persuadir que algo seja feito.

Katie Lapp sempre se sentiu diferente e não se deve ao fato de ser a única pessoa ruiva em todo povoado, em toda a cidade. Ela se parece com ninguém da família fisicamente mas vai além. Como a Velha Sábia disse: ela é uma pensadora. E mulheres não devem pensar, mas ser submissas. Devem obedecer, seguir as tradições sem questionar, temer... Uma Amish que não se sente como tal. Gosta de música e perdeu seu amor anos atrás. 

《Amish é um grupo religioso cristão anabatista. São conhecidos por seus costumes ultraconservadores, como o uso restrito de equipamentos eletrônicos, inclusive telefones e automóveis. 》

Nem discursarei sobre algo que nos é dito no prólogo! E, não, ela não tem no sangue. Ela foi "um presente do Senhor" após os pais terem perdido a bebê natimorta. Sua mãe biológica a deu para seus pais criarem no hospital, assim que nasceu. Eles contaram a ninguém e assunto vem à tona através de encontro da roupinha de bebê inglesa, próximo ao casamento da Katie. Pois, pois: ela está para se casar com o bispo viúvo John, tornar-se mãe dos seus filhos...

Não adianta tentar discorrer a respeito dos costumes, das regras, das sensações, questionamentos... Só lendo. Mas, independente de onde estejamos, do tempo que vivamos, necessitamos sentir o pertencimento. Não a opressão, a necessidade... Os pais a amam, Rebecca (mãe) chega a adoecer por medo! A roupinha, a verdade, a mãe biológica a procurando... Katie é o seu milagre, seu precioso presente. Samuel, por mais que não expresse tanto, seja mais contido, ama a filha. Katie os ama, mas precisa ir além, conhecer, viver, sentir... Precisa de música na sua vida. Como música pode ser pecado?!?

Foi uma leitura surpreendente. Desde o início vi expressões em alemão, vi que era uma comunidade que se colocava a parte, percebi que cultural faria parte. Ainda assim, mexeu. Escrita simples que nos envolve. Conheça. Reflita. O final sem muito final fez com que eu procurasse e, sim, há uma continuação, não publicada ainda em português.


Um abraço,
Carolina.

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