Sonata em Punk Rock

Autora: Babi Dewet
Editora: Gutenberg
Publicado em 2016
N° de páginas: 304
"Por que alguém escolheria uma orquestra se pode ter uma banda de rock? Essa sempre foi a dúvida de Valentina Gontcharov. Entre o trabalho como gerente do mercado do bairro e as tarefas de casa, o sonho de viver de música estava, aos poucos, ficando em segundo plano. Até que, ao descobrir que tem ouvido absoluto e ser aceita na Academia Margareth Vilela, o conservatório de música mais famoso do país, a garota tem a chance de seguir uma nova vida na conhecida Cidade da Música, o lugar capaz de realizar todos os seus sonhos. No conservatório, Tim, como prefere ser chamada, terá que superar seus medos e inseguranças e provar a si mesma do que é capaz, mesmo que isso signifique dominar o tão assustador piano e abraçar de vez o seu lado de musicista clássica. Só que, para dificultar ainda mais as coisas, o arrogante e talentoso Kim cruza seu caminho de uma forma que é impossível ignorar. Em um universo completamente diferente do que estava acostumada, repleto de notas, arpejos, partituras, instrumentos e disciplina, Valentina irá mostrar ao certinho Kim que não é só ele que está precisando de um pouco de rock'n'roll, mas sim toda a Cidade da Música."

Há tantas formas de expressar…

Como normalmente deixo os sentimentos falarem, principalmente sobre o que me toca (neste caso, livros), começarei com: Gostei muuuiiitoo!

Sim, agora, sejamos formais. Uma introdução/apresentação?!?..


O livro é o Sonata em Punk Rock, da autora brasileira Babi Dewet. Ele traz um pouco do mundo jovem, em busca do que fazer, o que ser, como ser, "com-quem-dividir-o-quê". Uma pessoa me disse que lembrou da High-School Musical da Disney. Eu não.

Falemos da personagem principal, a Valentina. Ela cativa. Não pela história pessoal/inicial triste de abandonada pelo pai ainda no ventre da mãe, história recorrente no nosso dia-a-dia – infelizmente, hoje, comum. Não pela surpresa de chegar do trabalho e encontrar um estranho que:  voilá! “Sou seu pai. Fiquei sabendo que você tem talento para a música…” (Não dito desta maneira, claro). Mas porque é divertida, por vezes atrapalhada – e quem não é?! – por não fugir apesar de não entender, por ser… ela.

Sim, adolescentes, tramas, músicas… Por que não pensei ou lembrei da Disney?.. Porque veio à cabeça o anime que assisti uns anos atrás com conhecido: Nodame Cantabile. A diferença é o estilo da música das garotas (punk rock/clássica), mas o ouvido absoluto, a necessidade de treinar o que nunca teve o hábito, como ler partitura, ter disciplina e precisar de um “mestre” que… A Valentina não encontrou o Shinichi Masayuki como a Noda Megumi, mas encontrou o Kim, de forma inconvencional e, apesar dela não reparar e do jeito arrogante dele, a empatia inicial tinha sido estabelecida: fragilidade, apesar de tudo. E quem não as tem? Por vezes, quem mais as tem, mais as esconde… se esconde. Mas eles se veem. Desafiam-se. Puxam um ao outro.

“Sem enrolação, sem reclamação e sem dormir.” p.138.

– Então, apresentei o livro, a Tim, o Kim… Oops! O Kim!… rs –

O Kim é o filho da dona da Academia Margareth Vilela, a maior, melhor e reconhecida pela sua qualidade, com grandes musicistas conhecidos internacionalmente entre seus professores. Adotado quando pequeno, tem problemas de concentração, para “simplificar”. Apesar do dinheiro e do estudo do que sempre quis, não tem a atenção da mãe. Como sua posição atrai olhares e interesses, aprendeu a “vestir máscara” de desinteresse ao redor, por tudo e todos (excetuando seu piano) e tédio. Muito tédio. Mas a Tim transpassa tal barreira e ele se vê a procurando com o olhar no refeitório, por exemplo.

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Então, temos a receita de dedicação, de amor à música. Bom, como temos jovens na academia, conversas, especulações, discordâncias – gente, ela gosta de punk rock num lugar onde se valoriza a música de elevador e para dormir!, na visão dela. Não se deve apenas a este fator, ou a falta de dinheiro, guarda-roupa… Mas ao convívio diário, com pessoas diferentes e com o mesmo objetivo: superação, aprendizado, reconhecimento… e o bônus do sentimento. Se te lembrar a Disney ou um anime ou… lembra a vida. E, como quando conhecemos alguém, posso assegurar não ser apenas por educação mas… Muito prazer, Valentina Gontcharov; muito prazer, Kim Vilela!


Convido a fazer parte desta escola e cidade da música, ao menos por um semestre!!..
 


Um abraço,
Carolina.

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